FAT – FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR
Curso de Aperfeiçoamento e Aprendizado para Jovens
FAT – FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR
Por: Sebastião “Karburê” de Arruda Neto
Curso de Aperfeiçoamento e Aprendizado para Jovens.
Como presidente da ACIMG (Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu), em 1999 consegui, depois de três anos tentando, R$ 100 mil para viabilizar o Curso de Aperfeiçoamento e Aprendizado para Jovens que precisavam de treinamento para conseguir o primeiro emprego ou para abrir uma micro-empresa.
Quero deixar claro que consegui o valor para o empreendimento com base no fato de eu ter sido em 1981 o fundador e primeiro secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Mogi Guaçu, e por ter um passado de militância socialista/comunista.
Como presidente da ACIMG e tendo uma diretoria especifica para cursos, mas dispondo de tanto dinheiro, fiz uma parceria com o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) local, e, juntos, iniciamos o curso.
Contratamos os melhores professores da área, servimos todos os dias para os alunos um break-fast de ótima qualidade, fornecemos todo o material para o curso e para que os alunos tivessem condições de ter uma excelente formação dentro de um curto período, pois o tal curso tinha uma duração de uma semana.
Convocamos toda a juventude de Mogi Guaçu para o curso através de propaganda nos meios de comunicação locais, enfocando sempre que tudo seria grátis. E assim foi. No final, cada jovem recebeu um diploma. Ficamos muito orgulhosos, principalmente por termos contratado somente professores de alto nível técnico para ministrar tal curso.
Ao término do curso, verificamos que 1,7 mil alunos haviam participado. Todos foram cadastrados por nome, CPF e endereço completo. Diante disso, apresentamos todos os documentos – ou seja, um balanço digno de uma empresa multinacional. Porém ficou uma dúvida: para quem iríamos devolver os R$ 30 mil que sobraram.
Uma semana depois da entrega do balanço, recebemos um convite para receber o premio de melhor acerto de conta em Americana, onde estariam todas as instituições que da Região de Campinas que receberam dinheiro do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
Por motivos familiares, não pude ir até Americana receber a placa de melhor acerto de contas do dinheiro do FAT. Então, enviei uma pessoa para representar a ACIMG e anotar todo o procedimento de devolução dos R$ 30 mil que sobraram.
Na manhã seguinte ao evento, cheguei à ACIMG e encontrei o meu representante bufando de raiva. Para minha surpresa, ele me acusou de tê-lo mandado para “a Toca do Leão” e me explicou o seguinte:
Quando o coordenador apresentou a Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu como a melhor apresentação de conta e que ainda estava devolvendo 30 mil, mesmo depois de ter treinado 1,7 mil jovens com CPF e endereço cadastrado, o festivo evento virou uma praça de guerra. Todos os demais presentes quiseram “matar” o meu representante, chamando-o de idiota, dizendo que ele estava dando uma de “santo” e que além de tudo isso ainda queira devolver R$ 30 mil.
Diante do episódio, o meu representante saiu do evento e sem receber diploma ou placa. Mas, antes, ele questionou os que o rodeavam sobre o que tinha sido feito de errado. Foi aí presidente de dois sindicatos lhe explicaram que não precisava fazer tudo certinho e que o resto do dinheiro era para meter no bolso e comprovar o consumo total dos R$ 100 mil através de recibos e notas fiscais frias “e assunto encerrado”.
Depois deste fato, nunca mais nenhuma Associação Comercial recebeu o dinheiro do FAT para Cursos de Reciclagem e Treinamento. Pouco tempo depois fiquei sabendo que só receberiam dinheiro do FAT para cursos somente os presidentes de sindicatos ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Esse é e sempre foi o PT/CUT paulista.
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